A minha liberdade termina
onde a do outro começa!
O amor esmaga a minha
existência!
Vou me perdendo nos
encontros,
rendendo-me à experiência.
O mundo é feito de mundo!
Coisa alguma o é. Tudo e
nada são tudo!
Como faz falta a pétala à
flor!
Que falta me faz o tempo
que já fui
e o que não sou!
Como ousar ser?
Desintegro tal qual a
noite
desintegra o entardecer,
integrando-o,
entregando-o.
Quando choro, pingo!
Quando amo, grito!
Quando clamo, sinto!
Quando vivo, aconteço!
Quando calo, emano!
Quando falo, estou!
E vou! Doendo vou, parindo
vou, nascendo vou...
Parto de uma longa
gestação!
Prematura! Incubada pelo
medo,
pela dúvida e pela fé.
E tal é a gênese do canto,
qual canto o meu mundo é
[Lugar da canção!
E me encanto na infinitude,
na beleza da incompreensão,
Na partilha, no usufruto,
na identidade e na fusão...
No estar em tudo e não se
saber nada;
No pertencer e não ter;
No ser hóspede e morada;
No executar e reconhecer:
A minha liberdade termina
Onde a do outro começa!
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