Todo dia é dia de alguma
coisa em um cantinho qualquer desse mundo. Nenhum dia há sequer no calendário
que não carregue em si uma comemoração! Comemoram por ai as coisas que passam,
perdendo de vista o dia que vem. Carpe diem! Sussurram os mais entorpecidos!
E já não importam o quão
amargo é o mel que provam, o sabor é uma questão visual! E tanto menos quanta
beleza é ofuscada pelo esplendor da aparência. Mas, beleza é uma questão tátil!
Só reluz o palpável! Já não há mais silêncio. Para que calar? Ouvir é um hábito
sinestésico! Passa a banda, e a canção é a mesma desde que a dança foi
mecanizada. Matinê e alvorada, soam os instrumentos insólitos anunciando que o
dia começou. Só começou... Nada termina nessa geração que já não sabe morrer!
Morrer é um ato heroico quando
se passa pela vida, sem deixar a vida passar. Mas eis que não me atrevo a
comparar a vida à fanfarra que é apenas sonora e envolvente. A vida é também a ausência
das coisas. E quantos se fazem possuidores na ausência? Talvez esqueçam que o
haver é um ato que se inicia no não havido! “_ Cantemos, bebamos e dancemos!" Pois a morte é
uma festa que prossegue, para aqueles que não aprenderam a perder, que já não
sabem mais ousar a doação, pois para muitos, ganhar é uma questão matemática!
“ _ Viva os calendários! Viva
as ritualizações! Viva a bestialização do ser! Ter é uma questão infinitamente
maior!” É uma mera questão de sentidos!
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